Deixei esse trecho de poema envelhecendo a quase um ano. Inacabado, porque faltou poeta.
Hoje peguei-o, acidentalmente, e descobri que o poeta tinha ido embora, porque a arte estava completa.
Gostei de ver como algumas coisas esquecidas no tempo têm sua simplicidade, momentaneamente angustiante, maturada.
Escrevi nas paredes do
tempo
As lembranças de um
dia de sol
Sem bemol e sem
punhal, guardei
No teatro da
imaginação
Sem visão e sem
camarim
Que sem o passo
correto, beira a tangente da alma,
E a calma se esvai e o
tempo despista a recordação
E o que sobra é
negrume, é dor que lamenta a memória,
Doente das boas
idéias, dormente.
(Pinheiro, João Pedro C. - 11/12/2012)