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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Um banquinho, um violão...

De onde veio a relação do homem com a música? Atualmente não se conhece nenhuma civilização que não tenha contato com ela e acredita-se que sua origem seja pré-histórica. Já ouvi dizer que a música teve papel importante no desenvolvimento da fala, do comportamento social e tantas outras características, mas não estou aqui para questionar tudo isso, estou aqui para falar de nós, músicos. Nós, aqueles que apreciam a música com outros ouvidos, aqueles que a apreciam de outro ponto de vista, do ponto de vista de quem a faz, de quem a toca.

Conheço pessoas que amam a música pelo ritmo, pela letra, pela melodia ou pela emoção que ela causa. Conheço pessoas que passam o dia inteiro com suas próprias trilhas sonoras, preferem bares com música ao vivo, escolhem músicas ambientadas ou apenas as deixam como acompanhamento. Mas ainda não cheguei no ponto. Eu conheço, e eu sou, quem às compões, quem as idealiza, quem simplesmente senta, abrindo mão de praticamente todo o resto, para pegar um violão e deixar o aço comer os dedos noite a dentro. E digo mais, é com um imenso prazer que a gente troca o futebol, o cinema, o shopping, o barzinho, a balada, por um banquinho e um violão.

Pode ser sentado em um barzinho sendo a música de um happy hour, ou do casal apaixonado, pode ser em uma balada sendo a música das dançarinas e dos interessados, pode ser sobre um palco sendo o cover para uma galera que quer ouvir, ou melhor e mais prazeroso de todos, pelo menos para mim, pode ser sobre o mesmo palco tocando sua própria música, para seus próprios amigos que cantam junto. Aquela falta de ar e o frio na barriga antes de subir, o medo de quebrar uma corda ou de esquecer uma música, de errar um solo. Sensação prazer, de plenitude. A alma sendo alimentada, o corpo sentindo as vibrações. A mente indo para outra dimensão, outro plano. E quando você percebe, você não é mais quem as pessoas conhecem, você está mais completo, você está maior. Seu corpo sente prazer e sua mente clareia. Aquilo te excita. Nada é mais importante para você ali, o mundo pode acabar que você vai dar tchau para ele com um sorriso no rosto.

Se a música está presente na existência do homem desde os primórdios, para alguns de nós ela veio de forma diferente, forma especial, muito antes de aprendermos sequer a falar ou andar. É como se nós respirássemos música, transpirássemos música. Às vezes ela é tudo que nós precisamos para existir.

Música não é o que eu faço, é o que eu sou.