Soneto do meu Abandono

Eu estava quase sóbrio quando vi que já era noite,
Ela me esperava em casa, pronta para o meu açoite,
Eu cheguei mancinho com os olhos lavados na cana,
Ela gritou louca, quando me atrevi a deitar na cama.

Eu me joguei no canto, sem saber onde eu havia estado.
Ela cansada, me chorou de novo e eu fiquei lá, encalhado,
Eu adormeci ali, em um canto do quarto, moribundo,
Ela saiu de casa, foi atrás da mãe, foi atrás do mundo.

Se ela soubesse o quanto eu me matei para conseguir,
Quando ela vir que meu amor eu deixei em um bar,
Vai entender o por quê desse meu dia de beberrão.

Se ela soubesse o quanto eu deixarei de sorri,
Quando ela reparar que eu não irei mais vibrar,
Vai entender o que era meu amor pelo violão.
(PINHEIRO, João Pedro C. - 08/10/2008 - São Paulo- SP)

Espero que tenham gostado. Eu quase chorei quando terminei de escrever.
PS: Eu não larguei o violão, isso é só um poema. ^^