Permita-me escrever novamente,
Um sentimento fingido em um poema doente,
Uma perfeita mentira em uma estrela cadente.
Deixe-me a me enganar.
Permita-me fingir uma peça,
Onde a mocinha não cresça e jamais se despeça,
Onde o mocinho não vença, mas não tenha mais pressa,
Deixe-me a me enganar.
Permita-me mentir outro amor,
Um tão belo e tão grande, mas tão incolor,
Um tão perfeito e tão raro, mas tão traidor,
Deixe-me a me enganar.
Permita-me esconder a verdade,
Pois se vamos embora, nós já vamos tarde.
Não veriamos o dobro nem que fosse a metade,
Deixe-me a me enganar.
Permita-me apenas seguir,
Eu já tenho destino, mas não sei pra onde ir,
Se estou no caminho, eu não posso seguir,
Deixe-me a me enganar.
(PINHEIRO, João Pedro C. - 02/03/2012 - São Paulo, SP)
Um comentário:
A poesia sempre vai te permitir... Fingimentos, nostalgias, enfermos. Permita-se libertar através destas linhas tão expressivas, tão exatas e tão sensíveis. A gente carece de criar estes cenários, estas esperanças, estas possibilidades para seguirmos em frente. Belo texto.
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